terça-feira, 6 de setembro de 2016

O sete de setembro.
Sim, desfilei com desenvoltura e amor a pátria durante tantos e tantos anos da minha vida. Mas questionava ainda bem garotinha, porque não podíamos usar os símbolos da pátria em camisetas, tênis, lenços... Por que era considerado desrespeito, vesti-los?... Eu indagava, porque desfilamos para "autoridades num palanque" ? Eles não deveriam também desfilar e demonstrar o seu amor à pátria assim como nós? Eu desfilava de peito aberto para a pátria mãe gentil e não para generais ou políticos. Eu era pequena ainda, mas tinha tantas inconformidades com respostas taxativas de que as coisas são como são. Talvez eu fosse "rebelde" e nem sabia rsrssss... Eu queria expressar no sete de setembro minha alegria à pátria, meu Brasil, como uma apoteose carnavalesca, não com o respeito firme às autoridades locais... Essa dualidade entre a autoridade ser o representante da pátria e não do povo; e o povo ser subordinado a autoridade destes representantes... (coisas da ditadura) Ah, eu já era democrática e nem sabia rsrssss... Inversão dos valores, do meu ponto de vista era as autoridades que deveriam expressar respeito ao povo e no dia sete de setembro, no palanque frente a comunidade estudantil e toda a população prestar
contas do que estão fazendo em prol da cidadania e da soberania nacional. Coisas de uma menina sonhadora, que tinha amigo engraxate e onde na sua casa, empregada era amiga, sentava junto na mesa para as refeições... Parece idiotice, mas os tempos eram bizarros... Ah, bizarros ainda são na classe média mesquinha, digo,coxinha... Ainda sobre o ponto de vista daquela menina, desfilar para políticos, amanhã, com certeza é uma falácea...
Amanhã, redescubro o meu sentido de amor à pátria, assistindo aos jogos paralímpicos... Eu apenas deixei de ser uma menina.

E S Friedrich

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