terça-feira, 10 de maio de 2016

Mamãe é Dez...
Ela amarra os cadarços em meus pés,
Dá beijinhos,
Arruma-me o casaco para que eu vá
"Bem Mauricinho"...
Fica olhando-me, como que contando os meus passos
Até não mais me avistar.
Mamãe é Dez,
Fica na ponta dos pés,
a me acenar...
Parece até uma despedida sem fim,
Ela gosta muito de mim;
Mamãe poderia ser nove...
Ela sempre me promove,
Diz para todos que ue sou uma graçinha...
Mesmo que ela fosse oito...
Eu ainda assim seria o seu garoto favorito.
Pode ser que existam mães, sete, seis ou cinco;
Eu não acredito,
Elas parecem tão iguais
E nos amam tanto...
Não existem mães de zero a quatro,
Isto eu posso afirmar,
Mãe que bate, espanca, agride,
Sem ter uma desculpa educativa ou de proteção,
O que já é de se questionar,
Não é mãe, é dragão!
Corre, caí fora, procura o conselho tutelar
Mãe é para confortar...
É para dar proteção, alimento e carinho...
Pode ser magra, gorda, velha, moça,
Desdentada, nariguda, muito alta ou baixinha...
Mãe sabe nos olhar, nos acariciar, nos perdoar,
Pode não ter dinheiro para nos dar um sorvete,
Mas vaí nos balançar contente no balanço da praçinha.
Mãe que não tem tempo, não tem hora,
Daquelas que às vezes até dorme fora,
Mas não se esquece da gente...
Vai encontrar um segundo,
Para nos olhar bem fundo e incentivar a seguir em frente...
Minha mãe é Dez,
Hoje já não amarra mais os cadarços nos meus pés,
Já estou crescidinho o bastante,
Mas passa a mão suave sobre a minha cabeça
E ainda me beija como antes...
Eliane Sgária

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