domingo, 10 de abril de 2011

Minha existência


Eu enlouqueço todos os dias,

entre o varal e a cozinha,

repetindo o teu nome...

Entre o cheiro da comida queimada e dos temperos pela tábua espalhados,

posso sentir tua presença... quase o teu domínio...

Tudo é para ti e para ti também, a minha vida,

que só consegue estar comigo, entremeios;

Onde estarei eu, se a comida não queimar,

se eu não sair e entrar pela porta da cozinha; eu não existo...

Silencia-me estar a tua total disposição;

E o meu mundo mudo,

fixado em páginas, palavras por palavras,

se pergunta, teria eu, existido ou não?

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